quinta-feira, 27 de agosto de 2015
G1 mostra santuário de porcos resgatados em acidente no Rodoanel
Animais foram levados por ativistas para sítio em São Roque.
Porcos ficaram mais de 7 horas dentro da carreta tombada em Barueri.
Os porcos que sobreviveram ao tombamento da carreta em que estavam durante a madrugada de terça-feira (25) no Rodoanel, na altura de Barueri (SP), foram levados para um santuário de animais em São Roque. O G1 teve
acesso ao local com exclusividade, na manhã desta quarta-feira (26),
onde os bichos, todas fêmeas que pesam entre 200 kg e 300 kg, estão
sendo mantidos. Até então, a entrada da imprensa não era permitida pelos
ativistas.
Porcos foram levados por ativistas para santuário em São Roque (Foto: Jomar Bellini / G1)
Segundo um balanço divulgado pelo grupo de ativistas que estão cuidando das porcas, dos 110 animais que eram transportados pela carreta, 19 morreram no local, 22 não resistiram aos diversos ferimentos depois do resgate e 47 estão no santuário. Os outros 22 porcos foram levados pela empresa dona da carga antes da chegada dos ativistas, ainda segundo os protetores de animais e foram levados para um matatadouro. O endereço não foi divulgado.
Os animais que já passaram por atendimento ficam em uma área de manejo, em um dos campos do santuário. Cerca de 30 porcos já tinham sido transportados de um galpão durante a noite, onde passam por tratamento médico para a área de abrigo. O terreno onde os animais estão é um pasto, onde recebem comida e água.
"Alguns chegaram mortos e grande parte deles chegou com a pata fraturada. Temos animais com tumores de mama e supomos que pelo menos duas estão prenhas. Alguns animais não estão nem levantando", conta a proprietária do santuário, Cintia Frattini em entrevista ao G1. Vegetariana - e posteriormente vegana - há mais de 40 anos, há 30 ela se dedica ao cuidado e ativismo animal sendo oito somente no santuário. "Os porcos ainda apresentam agitação e um pouco de agressividade por conta de todo o ocorrido", comenta.
Animais ainda possuem marcas de machucados devido ao acidente (Foto: Jomar Bellini / G1)
Cintia ressalta ainda que o local, que é aberto, ainda precisa de
adaptações, como a construção de uma cobertura para que as porcas não
fiquem expostas ao sol, além de uma área com lama. Com a pele sensível,
isto pode prejudicar os animais. "Precisamos disso pelo menos
provisóriamente até que eles sejam doados".Acompanhamento
Segundo ela, os animais ainda estão passando por acompanhamento veterinário para ver o estado de saúde de cada um. "Infelizmente, pelo estado em que chegaram, alguns animais terão que ser sacrificados. Eles já sofreram demais com tudo isto. Sofrem desde que nasceram, tratados de forma extremamente desumana lá no abatedouro, então não tem porque adiarmos isto. O ideal neste caso é abreviar o sofrimento", explica.
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Como foram criados para
frigorífico, ela explica que os animais estão com marcas de cortes nas
orelhas e nos rabos e sem as presas.Pelo menos 85 pessoas passaram a noite no santuário em São Roque para ajudar no cuidado com os animais. Segundo conta Cintia, o grupo é formado por veterinários, estudantes de medicina veterinária, protetores de animais e outros ativistas.
Um grupo de plantonistas se revezam no local para cuidar dos bichos. "A pessoa que come carne é responsável por isso também. A comoção nacional foi linda, mas acaba sendo uma hiprocisia. Esse acidente foi só a ponta do iceberg, o final da história. Espero que isto sirva como um ícone de uma luta", critica.
Cintia cuida dos animais resgatados com apoio de voluntários (Foto: Jomar Bellini / G1)
Doação de alimentosA ativista dona do santuário conta que vem contando com a ajuda de voluntários também para manter os animais no local. Além de água, segundo ela podem ser doados alimentos como bolacha velha, pão vencido, fubá, farinha, arroz, verduras, rações de animais. "Porco come de tudo. Estamos aceitando qualquer coisa", diz.
Como o endereço do local é mantido em sigilo, por conta da segurança das porcas, a recomendação de Cintia é que sejam criados pontos de coleta para organizar a entrega dos alimentos. "O santuário não é um zoóligico, por isso não está aberto para visitação. Então pedimos que as pessoas organizem pontos de coleta e venham em dois ou três voluntários ou liguem pedindo para ir buscar", explica.
Os ativistas criaram um projeto de crowdfunding para ajudar a financiar alimento, medicamentos e o abrigo para os animais resgatados.
O objetivo era reunir R$ 50 mil, mas quando o valor estava próximo de ser alcançado, aumentou para R$ 200 mil, e agora está em R$ 300 mil. Até a publicação desta reportagem o valor arrecadado já passava de R$ 155 mil. Segundo os organizadores, como não há uma previsão de quanto será necessário, estão tentando angariar o máximo possível de fundos.
Entenda o caso
O acidente ocorreu por volta das 3h40 e a pista chegou a ficar totalmente interditada na saída para a Castello no sentido interior. Às 11h, duas faixas foram liberadas para o tráfego de veículos. No horário, havia 3 km de filas no local, do km 11 ao km 14. Em uma das tentativas de desvirar a carreta os animais ficaram ainda mais machucados quando o resgate não conseguiu erguer a carga e a carroceria despencou com os animais dentro.
De acordo com o frigorífico, dos 110 porcos, três não resistiram ao impacto. O motorista não ficou ferido. Para tentar salvar os animais, a concessionária que administra a rodovia tentou por cerca de 7 horas desvirar o veículo, porém, em uma das tentativas, os animais ficaram ainda mais feridos quando o resgate não conseguiu erguer a carga e a carroceria caiu com os porcos dentro.
O drama dos animais chegou ao fim quando a concessionária conseguiu um caminhão com a ideia de tirar eles de dentro do tombado para colocar em outro, após conseguir erguer a carroceria do veículo. Na operação de resgate, os bombeiros foram acionados para cortarem as grades da carroceria. Tudo foi acompanhado por um grupo de ativistas.
Voluntários passaram a madrugada cuidando dos animais (Foto: Divulgação/Vista-se.com.br)
Vários grupos se
mobilizaram para resgatar os animais, que ficaram mais de sete horas
presos na carreta. Depois de serem retirados da carreta, os porcos foram
levados até São Roque em veículos improvisados. "Forramos tudo com feno
para eles não se machucarem ainda mais, porque são animais pesados,
difíceis de transportar. Estamos fazendo o possível", diz.Com relação ao destino dos suínos, Cíntia acrescenta que eles deverão ficar lá até serem doados para pessoas que não comam carne. "São pessoas que vão passar por uma boa triagem e só poderão adotar com essas condições", salienta.
“Eu desabei”, diz ativista que participou do resgate do acidente no Rodoanel
O Holocausto Animal
Pelo Fim do Especismo.
Elas bebiam desesperadas. Eu estava dando água para uma delas, saí para encher a garrafa novamente, e quando voltei para dar mais, ela já tinha partido. A ativista que estava do meu lado falou: “Querida, ela morreu”. Naquela hora eu desabei. Ela me abraçou forte e ficamos alguns minutos ali, chorando juntas e abraçadas. Quando nos soltamos estávamos bem mais fortes. E cada uma seguiu seu caminho ali, cuidando de outras dezenas de animais que ainda poderiam ter salvação. Não era hora para amolecer, a gente precisava ser forte. E fomos.
Eu não tenho como voltar atrás e devolver
a vida de cada bacon, calabresa, presunto ou salsicha que um dia eu
comi. Mas não me recusarei a fazer o mínimo que eu puder pelos que ainda
vivem nesse mundo, e aguardam desesperadamente pela nossa compaixão e
misericórdia. Tudo o que eu puder, por menor que seja, eu sempre farei.
Por eles e para eles, sempre.
Relato da ativista Melina Valério, que ajudou no resgate dos 110 porcos que sofreram um acidente no Rodoanel, na Grande São Paulo, no dia 25 de agosto de 2015.
Abaixo você confere as fotos do acidente; clique na imagem desejada para ampliar.
por Marcos
“Eu desabei”, diz ativista que participou do resgate do acidente no Rodoanel
Era ainda o primeiro caminhão. Eu não
sabia que mais três ainda chegariam ao santuário. Estávamos cuidando das
primeiras porcas que desciam, apavoradas, gritando, sem saber que ali
elas já estavam salvas. Eu e outros voluntários corríamos de um lado
para o outro, enchendo garrafinhas de água e dando na boca delas.
Elas bebiam desesperadas. Eu estava dando água para uma delas, saí para encher a garrafa novamente, e quando voltei para dar mais, ela já tinha partido. A ativista que estava do meu lado falou: “Querida, ela morreu”. Naquela hora eu desabei. Ela me abraçou forte e ficamos alguns minutos ali, chorando juntas e abraçadas. Quando nos soltamos estávamos bem mais fortes. E cada uma seguiu seu caminho ali, cuidando de outras dezenas de animais que ainda poderiam ter salvação. Não era hora para amolecer, a gente precisava ser forte. E fomos.
Eu não tenho como voltar atrás e devolver
a vida de cada bacon, calabresa, presunto ou salsicha que um dia eu
comi. Mas não me recusarei a fazer o mínimo que eu puder pelos que ainda
vivem nesse mundo, e aguardam desesperadamente pela nossa compaixão e
misericórdia. Tudo o que eu puder, por menor que seja, eu sempre farei.
Por eles e para eles, sempre.
Relato da ativista Melina Valério, que ajudou no resgate dos 110 porcos que sofreram um acidente no Rodoanel, na Grande São Paulo, no dia 25 de agosto de 2015.
Abaixo você confere as fotos do acidente; clique na imagem desejada para ampliar.
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015
Método para entender a revolta dos veganos
Método para entender a revolta dos veganos
1. Substitua todos os 65 bilhões de animais mortos por ano na pecuária por espécies que temos contato próximo - cães e gatos;
2. Substituta os 100 milhões de animais mortos anualmente em laboratórios e universidades por humanos ou seu próprio animal de estimação.
Pronto.
Consegue imaginar?
Meus parabéns, agora você entendeu o que sentimos.
Os outros animais têm tanto direito à vida quanto você. E viver num mundo onde isso é negado a todo custo, só pode gerar revolta.
Sentir comodismo diante da injustiça é doença.
Qual será sua próxima desculpa?
https://www.facebook.com/pelofimdoespecismo/photos/a.1420121771567168.1073741828.1419885411590804/1538943889684955/?type=1
SEJA VEGANO: COMECE POR AQUI
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