quinta-feira, 16 de julho de 2015

RIO DE JANEIRO — Federal prosecutors in Brazil said Thursday that they were opening a full investigation into claims of influence peddling by Luiz Inácio Lula da Silva, the former president whose leftist Workers Party is already struggling with a sweeping graft scandal involving some of the country’s most powerful political figures.
The move by a special anticorruption unit of the Public Ministry, a body of independent prosecutors, advances a preliminary inquiry into whether Mr. da Silva, 69, used his influence on behalf of the construction giant Odebrecht, which relies heavily on financing from Brazil’s large national development bank, for contracts in Latin America and Africa.
The expansion of the investigation increases pressure on both Mr. da Silva, one of Brazil’s most influential politicians, and his protégée and successor, Dilma Rousseff, who is facing calls of impeachment over a scandal in which former executives at the national oil company, Petrobras, said they had accepted huge bribes for themselves and for leading figures in the governing coalition.
Separate from the investigation of Mr. da Silva, Odebrecht, one of Brazil’s largest corporations, is at the heart of the oil scandal. In June, the police arrested Marcelo Odebrecht, the company’s billionaire chief executive; he remains in jail in the southern city of Curitiba. Prosecutors accused Mr. Odebrecht and other senior executives of large construction companies of knowing that their companies were paying bribes to politicians.
Reacting to the latest development on Mr. da Silva, the former president’s institute called the full investigation “unjustified,” saying Mr. da Silva was the target of “manipulations and arbitrariness” aimed at staining his image in Brazil and abroad.
Much as former leaders of the United States and other countries give speeches around the world, Mr. da Silva, who was president for two terms from 2003 to 2010, has leveraged his prominence into lucrative speaking engagements outside Brazil. On various occasions, he has traveled abroad on private jets paid for by Odebrecht to countries where the company has contracts.
A spokeswoman for the Public Ministry said investigators were focusing on Odebrecht’s dealings in Panama, Venezuela, Cuba and the Dominican Republic, in addition to some unspecified African countries.
Odebrecht denied any wrongdoing in a statement, contending, “The ex-president did exactly what foreign presidents and ex-presidents have done when promoting the business of their respective countries.”
As Brazilians absorb revelations from an array of scandals that are unfolding simultaneously, Mr. da Silva is far from being the only prominent politician to come under greater scrutiny, reflecting how figures across the ideological spectrum are being put on the defensive.
For instance, this week the police searched the properties of another former president, Fernando Collor de Mello, seizing more than $1 million in cash and vehicles, including a Ferrari, a Porsche and a Lamborghini, as part of their investigation into whether Mr. Collor was involved in the Petrobras graft scheme.
Mr. Collor, 65, who is now a senator, resigned as president in 1992 during a scandal in which he was accused of condoning an influence-peddling scheme operated by his campaign treasurer.
Another powerful figure, Eduardo Cunha, the conservative speaker of the lower house of Congress, was accused Thursday of soliciting a $5 million bribe from a contractor seeking business with Petrobras. Mr. Cunha rejected the accusation, calling the former executive who made it “a liar.”

segunda-feira, 13 de julho de 2015


Entrevista com o Princípe Dom Bertrand de Orleans e Bragança


Por Pedro Jácome
Ontem, eu tive o prazer de conversar com Dom Bertrand, o Princípe de Órleans e Bragança, bisneto de Dom Pedro II.
Pedi uma entrevista a ele, mas a conversa estava tão boa, que apenas pedi que ele me deixasse gravá-la e eu extrairia as partes que mais considerasse interessante.
No texto abaixo, não está nada sobre Império e República, nem as perguntas mais pessoais que fiz a Dom Bertrand, sobre religião e cultura.
Pretendo transcrevê-las posteriormente e disponibilizá-las no meu facebook para quem tiver interesse.
O fato é que encontrei em Dom Bertrand um dos sujeitos mais preparados para discutir o Brasil. Um homem de imensa cultura e extremamente informado. Algumas falas dele podem causar certo estranhamento, é verdade. Mas a conversa de ontem foi bastante enriquecedora, tanto pelas informações, quanto por me colocar em contato com uma perspectiva diferente de mundo. Espero que vocês também aproveitem.
Como a conversa foi bem informal, dividi a entrevista por tópicos em vez de perguntas.
As respostas estão em português falado e não escrito.

AGRICULTURA
Quando foi proclamada a República, o Brasil tinha 12 milhões de habitantes. Quando da Independência, 4. Hoje temos 200 milhões.
Mas temos capacidade de ter muito mais. Você viaja pelo interior e vê que está tudo vazio.
Mas o Brasil tem hoje a capacidade de alimentar um bilhão de pessoas.
O Brasil, aliás, produz alimento para um bilhão de pessoas.
É por isso que nós não estamos tão afundados na crise. Por causa da agricultura.
Hoje, a cesta básica custa, para o povo, a metade do que custava 20 anos atrás.
Atualizando a moeda. Por causa do progresso da agricultura.
Eu viajo Brasil afora e vejo que há terras à vontade para serem cultivadas.
Eu passei minha infância no Paraná. O paraná tem 2,3% do território nacional. É menor que pernambuco. Tem 1/3 de agricultura, 1/3 pecuária e 1/3  de floresta, cidade,etc.
1/3 de 2,3% dá 0,8%. O Paraná produz, hoje, 20% da agricultura nacional. Se 0,8% do território dá 20% da produção, se vê que o potencial é altíssimo.
INDÚSTRIA
O problema é que o governo atual quebrou a Indústria. Destroçou a Indústria. Mantendo o dólar como estão mantendo, com todas as restrições, com o chamado Custo Brasil… Não temos portos, temos impostos colossais…
Sem contar… um automóvel, 50%, 60% custa de impostos. Uma casa popular, 49% são impostos. Feijão, vinte e tantos porcento. Gasolina, 53% de impostos.
POLÍTICA EXTERNA
A política não pode ser uma questão de governo. Não pode estar submetida a um partido que tomou o poder naquele momento. A política externa do Brasil é um desastre.
Esse apoio à Venezuela, à Bolívia.
O caso da Bolívia… o presidente da Bolívia, confiscou manus militaris as refinarias do Petrobras. Logo depois, o Lula ainda o presenteia com mais refinarias petrolíferas.
É uma política que não visa os benefícios da nação, mas uma agenda ideológica para favorecer os países bolivarianos, que são fonte de miséria.
Qual a situação de Cuba? Um desastre! Cuba produz menos açucar hoje do que produzia 50 anos atrás, ou antes de Fidel Castro.
Basta ver as fotografias dos automóveis nas ruas de Cuba, carros da década de 50.
Virou uma ilha prisão.
A Venezuela está quebrada.
O Equador, está uma revolução, por que o Correa quer impor impostos escorchantes. Quer confiscar a propriedade.
Tem uma política inteiramente ideologizada, que tem uma agenda de bolivarianismo marxista.
E o presidente Lula abriu tantas embaixadas, mas hoje várias delas não têm condição de pagar luz, telefone.
A situação dos diplomatas está muito ruim.
CRIMINALIDADE
A crise no Brasil e no mundo é muito mais moral e religiosa do que outra coisa.
Não é só escola. Olha esse pessoal do lava jato, mensalão, dólar na cueca….
Todo esse pessoal é escolarizado. Tem formação universitária.
Não é questão de alfabetização.
Sem se restaurar a moral, não há solução.
MEIO-AMBIENTE
Desde que Cabral desembarcou até hoje, segundo estudos da EMBRAPA, feitos por satélite, com precisão milimétrica, foi desbravado 16% da Amazônia, mas sobretudo Cerrado e Cerradão.
O estado do Amazonas, segundo estudo da Embrapa está em 97% (de preservação), está intacto.
69% da vegetação originária do Brasil está intacta. O Brasil é um dos países que menos polui.
O país que mais polui hoje em dia, é a China, de longe.
2o lugar é os EUA, 3o a Rússia, 4o a índia e 5o o Japão.
A China é responsável por 20 e tantos por cento.
O Brasil, o sexto maior país do mundo, atende por apenas 1,4%.
E, pra completar, falam que o problema é o gás carbônico. Imagina então que vamos combater o gás carbônico. Nós morreríamos todos.
As cidades, sim. Existem ilhas de calor e de poluição.
Hoje, nós temos estudos que provam qual foi o clima nos últimos mil anos.
É bonito porque foram num mosteiro na Suiça e os livros paroquiais franceses.
E se mostra que houve períodos muito mais quentes na idade média.
Os cientistas chamam o “ótimo periodo quente medieval”.
A Groelândia, como chama em inglês? Greenland. Terra verde. Tinha cidade, tinha bispo, tinha agropecuária.
Hoje é um pedaço de gelo.
ONU e ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
É um desastre.
Eu tenho um cunhado, princípe Belga, disse que em Bruxelas, o Parlamento Europeu, é o maior antro de corrupção da europa. São mais de mil lobbies para pagar os parlamentares, para fazer uma lei que favoreça este ou aquele grupo.
A realidade é a seguinte: assim como as plantas tiram sua fertilidade da terrafértil, a vitalidade de um povo não vem de cima pra baixo, vem de baixo pra cima.
Um governo que abstraia esse princípio, que queira reger tudo de cima pra baixo, não pode dar certo.
BUROCRACIA
Luís XIV, no começo do absolutismo, que já foi um erro, porque começou a centralizar…
Bem, ali a França tinha 25 milhões de habitantes, 15 mil funcionários públicos.
Hoje a França tem 50 e poucos milhões de habitantes, tem 1,5 milhão.
O Brasil, nem se fala, né?
A Grécia, então… nunca se viu uma coisa igual.
Cada poste tem 5 funcionários…
SERVIÇOS PÚBLICOS
São Paulo tem boas unviersidades privadas e boas universidades do estado. Um aluno da universidade do estado custa 18 vezes o da universidade privada. Um leito no hospital do estado custa 22 leitos num hospital privado.
O grande problema do Brasil é o custo dos impostos. As pessoas não têm dinheiro pra economizar.
A educação tem dois casos interessantes, duas cidades, Cuiabá e Maringá. Em Maringá, o prefeito vendo os custos da prefeitura pensou… por lei, eu não posso privatizar. Mas ele estimulou grupos de professores a formarem grupos de empresa para que assumissem as escolas, a prefeitura pagaria. Uma concessão.
Depois Cuiabá imitou.
Ele me disse: hoje, as escolas administradas desse modo custam 1/3 do que custam as escolas administradas pelo Estado.
30% dos professores da rede pública têm licença por alergia a giz. Depois tem greve, as salas de aula estão sujas.
Nessas escolas, eles têm tratos: não pode falhar, se falhar tem multa. As escolas são limpas, ordenadas….
PROTECIONISMO
Hoje, você compra no Chile um carro Toyota fabricado no Brasil, pela metade do preço que você compra no Brasil. Por quê? Por causa dos impostos.
Por exemplo, a EMBRAER, tempos atrás, a EMBRAER fabricava aviões, eu sei disso porque eu sou piloto civil, eles faziam aviões muito bons. A EMBRAER é hoje a 3a maior fabricante de aviões do mundo. Os aviões do Brasil pagavam uma carga de impostos colossal, de modo que ficava mais barato comprar aviões estrangeiros, por causa dos impostos daqui. Ou seja, é muito mais o custo do Brasil que outra coisa.
Mas no caso Chinês, os chineses têm a intenção de quebrar a economia dos outros países pra dominar o mercado. Então, isso é outro aspecto, há um certo capitalismo selvagem… tem uma fábrica no Brasil, e vamos fechar pra fazer na China, porque é muito mais barato.
Diante de uma concorrência desleal, o país tem que se proteger.

domingo, 12 de julho de 2015

PARECE QUE O VEGANISMO ESTÁ CRESCENDO NO BRASIL E NO MUNDO. FINALMENTE!

CRISE FECHA 40 FÁBRICAS DA MORTE NO BRASIL

11Jul
11/07/2015 às 10h57
Muitas demissões no setor
A rápida deterioração das margens brutas dos frigoríficos, espremidas pela combinação entre uma severa escassez de bois para abate e o enfraquecimento da demanda no Brasil e no exterior, levou a indústria de carne bovina a fazer cortes profundos no primeiro semestre. Com o intuito de estancar perdas e ajustar a capacidade à oferta de matéria-prima, empresas do segmento paralisaram mais de 40 frigoríficos e demitiram milhares de trabalhadores, ampliando ainda mais a concentração no segmento.
De acordo com levantamento da consultoria Agrifatto, 44 plantas já deixaram de abater bovinos no país neste ano. A maior parte dessas unidades é de médio e grande porte e fiscalizada pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). Segundo Lygia Pimentel, diretora da empresa, os números, que incluem tanto paralisações definitivas quanto temporárias, são ainda mais "assustadores" quando se leva em consideração a magnitude da redução da capacidade instalada de abate no Brasil, país que abriga o maior rebanho comercial de bovinos do mundo.
"Quando fiz as contas, me assustei. Esse movimento se intensificou muito rapidamente em 2015", afirma Lygia. Conforme a Agrifatto, os frigoríficos fechados ou com as atividades suspensas neste ano representam uma redução de 13% na capacidade diária nacional de abate - ou seja, cerca de 30 mil cabeças. No fim de 2014, as unidades em operação no país tinham capacidade para abater 220 mil cabeças por dia.
Considerado inevitável por muitos analistas do segmento, dada a discrepância entre a oferta de gado bovino disponível e a capacidade de abate total, o fechamento de frigoríficos tem provocado uma onda de demissões. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho compilados pela Valor apontam que os frigoríficos cortaram 4,3 mil postos de trabalho entre janeiro e maio, ou 3,3% de um total de 130,8 mil trabalhadores que estavam empregados no fim do ano passado.
Mas os cortes não param por aí. Na semana passada, as três maiores empresas do segmento do país - JBS, Marfrig e Minerva - anunciaram o fechamento de unidades em Cuiabá, Pirenópolis (GO) e Batayporã (MS), respectivamente, o que deverá resultar em pelo menos mais mil demissões, em um processo que tem tido efeitos deletérios sobre economias regionais. Em Batayporã, por exemplo, o fechamento da unidade da Minerva vai ceifar 823 postos de trabalho, 27% dos empregos com carteira assinada do município, que tem, ao todo, 11 mil habitantes.
De modo geral, as paralisações e fechamentos de frigoríficos atingiram em cheio os dois maiores Estados produtores de carne bovina do país: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde a capacidade de abate foi reduzida em 17% e 23%, respectivamente, segundo a Agrifatto. O perfil das unidades atingidas é diferente nos dois Estados. Dos 14 frigoríficos que deixaram de abater neste ano em Mato Grosso - diminuindo a capacidade diária de abate no Estado em 9,5 mil cabeças -, a maioria é de grandes empresas, diz Lygia.
Procurada, a JBS informou que fechou apenas duas plantas em Mato Grosso. A Marfrig não forneceu nenhuma informação. E a Minerva argumentou que o número de plantas "em operação varia muito de acordo com as condições de mercado" e que, em Mato Grosso, manteve fechado seu frigorífico em Mirassol D'Oeste, com capacidade para abater 2 mil bovinos por dia. No entanto, a unidade já voltou a operar.
Apesar disso, um empresário do segmento ouvido pelo Valor chama a atenção para o fato de a Minerva, que habitualmente não fecha unidades, fazê-lo neste momento. "A Minerva fechar é coisa que nunca tinha visto. Esse pessoal tem fome de matar gado".
Não bastasse isso, os abates nos frigoríficos que seguem em operação em Mato Grosso estão limitados a um número menor de dias durante a semana. Isso é um sinal claro de ociosidade, ainda que menor do que no auge da conjunção negativa, em meados de março, quando atingiu 50%, diz o mesmo empresário. Não à toa, os frigoríficos mato-grossenses foram os que mais demitiram: 1,9 mil pessoas entre janeiro e maio.
Em Mato Grosso do Sul, as principais empresas afetadas são de pequeno e médio porte, casos de Boi Verde, Beef Nobre e Frialto. Grandes grupos como Marfrig e Minerva também paralisaram plantas, mas a avaliação é que os menores terão mais dificuldade para retomar os abates mesmo quando a oferta de bois melhorar, talvez em 2017.
Para as grandes empresas, os problemas na operação de carne bovina no Brasil são minimizados tanto pela presença em outros países quanto pela diversificação das frentes de negócios, que em alguns casos inclui frango e suínos. Exemplo disso é a JBS, a maior empresa de carnes do mundo. Com lucros recorde, a empresa anunciou, nas últimas duas semanas, US$ 3 bilhões em aquisições fora do Brasil.
A preocupação com os pequenos e médios levou a Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne de Mato Grosso do Sul (Assocarnes) a protocolar no mês passado um pedido de audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o que considera uma concentração do setor nas mãos da JBS. Procurada pela reportagem à época, a JBS disse que a escassez de bois também afetou a empresa, que reduziu os abates em 12% no Estado.
Para o operador da mesa de futuros do BESI Brasil, Leandro Bovo, o processo de ajuste de capacidade está perto do fim. "O que tínhamos era canibalismo e ia acabar inequivocamente no fechamento de plantas. Mas agora estamos com as coisas mais ordenadas", afirma. Lygia Pimentel, da Agrifatto, também concorda que o ajuste está se completando. Tanto é assim que a margem bruta dos frigoríficos, que atingiu em março 1,81% - pior nível desde 2008 -, recuperou-se nos último meses e chegou a 6,46% em junho, segundo a Agroconsult. Apesar disso, essa margem segue abaixo da média histórica, de 9,75%. "Mas, aparentemente, o pior já passou", afirma Bovo.
Na avaliação do analista, boa parte dos frigoríficos fechados no Brasil neste ano dificilmente reabrirá. "Tínhamos uma estrutura de abate superdimensionada", diz. Vice-presidente de planejamento e relações com investidores da Marfrig, Marcelo Di Lorenzo concorda com o raciocínio. "Estava muito distorcido. Se você força a mão no abate, acaba elevando preço e diminuindo sua margem", resume.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Exclusivo: Paulo Roberto Costa começa a revelar nomes dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras

Sergio Cabral, Roseana Sarney, Eduardo Campos, Renan Calheiros e Edison Lobão estão entre os citados nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras

Por: Rodrigo Rangel - Atualizado em
Capa
(VEJA.com/VEJA)
Atualizado às 4h42.
Preso em março pela Polícia Federal, sob a acusação de participar de um mega esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo Roberto Costa aceitou recentemente os termos de um acordo de delação premiada - e começou a falar.
No prédio da PF em Curitiba, ele vem sendo interrogado por delegados e procuradores. Os depoimentos são registrados em vídeo - na metade da semana passada, já havia pelo menos 42 horas de gravação. Paulo Roberto acusa uma verdadeira constelação de participar do esquema de corrupção.
Entre eles estão os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado, Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de deputados figuram o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um dos mais ativos integrantes da bancada do PP na casa. O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mario Negromonte, também do PP, é outro citado por Paulo Roberto como destinatário da propina. Da lista de três "governadores" citados pelo ex-diretor, todos os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto no mês passado em um acidente aéreo.
Paulo Roberto também esmiúça a lógica que predominava na assinatura dos contratos bilionários da Petrobras - admitindo, pela primeira vez, que as empreiteiras contratadas pela companhia tinham, obrigatoriamente, que contribuir para um caixa paralelo cujo destino final eram partidos e políticos de diferentes partidos da base aliada do governo.
Sobre o PT, ele afirmou que o operador encarregado de fazer a ponte com o esquema era o tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto, cujo nome já havia aparecidao nas investigações como personagem de negócios suspeitos do doleiro Alberto Youssef.
Conheça, nesta edição de VEJA, outros detalhes dos depoimentos que podem jogar o governo no centro de um escândalo de corrupção de proporções semelhantes às do mensalão.
Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no IBA, no tablet ou nas bancas.