quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O EVANGELHO E A MECÂNICA QUÂNTICA PROF HÉLIO COUTO

domingo, 22 de outubro de 2017

A ATUAL PREPARAÇÃO PARA O EXTERMÍNIO HUMANO

A OPERAÇÃO DE LIMPEZA DA TERRA (ou TRANSIÇÃO PLANETÁRIA) E SUA NÃO ÓBVIA CONEXÃO ORIENTAL: AS SEITAS E A POLÍTICA.

(EXERTOS 1948a2017.blogspot.com.)

73 milhões de "multibilionários" NÃO obtiveram a "riqueza" que possuem porque supostamente seriam "mais trabalhadores", ou "mais esforçados" do que os outros 7 BILHÕES e 227 milhões de pessoas.

Esses 73 milhões de "multibilionários" conseguiram o atual PODER de controle que possuem, porque têm sido CÚMPLICES da Elite de DOIS MILHÕES nos sucessivos GOLPES financeiros e econômicos que têm sido aplicados no mundo todo. GOLPES que têm sido perpetrados através da CORRUPÇÃO dos poderes LEGISLATIVO, JUDICIÁRIO e EXECUTIVO de todos os países, principalmente dos supostos "países desenvolvidos".

Esses GOLPES financeiros e econômicos têm sido possíveis porque as populações do mundo, em sua grande maioria, estão completamente ENTRETIDAS, DISTRAÍDASENTORPECIDASALIENADAS com uma multiplicidade de ocupações FÚTEIS e DISPERSIVAS, porém GRATIFICANTES, como TV, cinema, videogames (para os mais jovens), esportes NÃO praticados mas apenas assistidos, como se participar de uma torcida por um time de futebol concedesse ao torcedor uma identidade pessoal, sem a qual O ESPECTADOR NÃO EXISTE como ser humano!

A Dissociação Cognitiva é usada para dominar pessoas em sociedades, em países, em religiões, em seitas, e em quaisquer grupos onde haja uma liderança suficientemente motivada e treinada para induzir seus membros à total submissão.

(...) Um dos mais chocantes efeitos do assassinato em massa, efetuado pelos nazistas nos campos de concentração foi o "sumiço" dos valores depositados por judeus da Alemanha, Holanda, França, Bélgica em bancos da Suíça antes do Holocausto.

Em 1938, as já rigorosas leis de sigilo bancário da Suíça foram tornadas mais rigorosas com o estabelecimento de penas mais severas para os infratores, e com a instituição de todo um aparato investigativo público-privado para garantir o cumprimento da consolidação da Lei de Sigilo de 1938.

Já antes de 1938 e especialmente depois de 1933, quando os nazistas acirraram a agressividade contra os judeus europeus, alega-se que verdadeiras fortunas haviam sido depositadas por potenciais vítimas do nazismo em "contas secretas" principalmente em bancos na Suíça, na expectativa de "segurança" e "sigilo" garantidos.

Depois da Segunda Guerra mundial houve sobreviventes que alegaram não ter conseguido resgatar tais depósitos, supostamente porque os bancos suíços "não tinham registros sobre tais depósitos". Essa situação gerou um escândalo nas décadas seguintes, e levou os bancos suíços à negociação, na década de 1990, de formas de reparação dos credores que ainda estivessem vivos.

Esse escândalo foi tema de um documentário apresentado pelo Discovery Channel, no qual foi exposta a pesquisa do multimilionário canadense-estadunidense Edgar Bronfman, Sr. (nascido Edgar Miles Bronfman em 1929 e herdeiro da Seagram Company Ltd, entre outras empresas), que foi Presidente do Congresso Internacional Sionista entre 1981 e 2007.

Nesse documentário, Edgar Bronfman apresenta evidências de que as alegações dos sobreviventes reclamantes dos depósitos são idôneas, e acusou os bancos suíços de terem negligenciado a guarda, e talvez omitido, as informações que permitiriam aos sobreviventes do Holocausto a restituição de seus depósitos. A certa altura, o documentário ironiza que as autoridades suíças guardaram até os registros sobre uso de itens insignificantes durante a Segunda Guerra Mundial e teriam perdido justamente os registros dos depósitos bancários?

Trata-se de um assunto extremamente GRAVE e controverso. O polêmico escritor Israel Shamir (n.1947) publicou em 31/10/2001 no site Focal Point de David Irving o artigo Bankers and Robbers de 17/10/2001, no qual acusou Edgar Bronfman (n.1929) de ter resgatado grandes somas de dinheiro dos bancos suíços em favor do Congresso Sionista Mundial como forma de compensação pela "perda" dos registros bancários dos depositantes judeus antes do Holocausto, mas que nem um centavo desse dinheiro havia chegado aos bolsos dos sobreviventes que foram lesados.

Em que pese a idoneidade, ou a falta dela, de todos os envolvidos nessa questão, as perguntas sobre quem ficou com o dinheiro confiscado dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, e quem ficou com o dinheiro depositado em "contas secretas" ainda são válidas.

Se for verdadeira a tese levantada pelos sobreviventes do Holocausto, que reclamaram a devolução de seus depósitos na Suíça, e defendida por Edgar Bronfman com apoio de seus colaboradores do Congresso Sionista Mundial, então a "solução Final" dos Nazistas pode ter sido o mais horrendo, bem organizado, e eficiente CRIME DE LATROCÍNIO (matar para roubar) já concebido e cometido.

Páginas consultadas:

Edgar Bronfman, Sr. (em inglês)
http://en.wikipedia.org/wiki/Edgar_Bronfman,_Sr. atualizada em 25/07/2013 e acessada em 17/08/2013.

Israel Shamir (em inglês)


Analysing Santa Rosa fires. Directed energy? DEW. INEXPLICÁVEL!!!

Santa Rosa & Northern CA Fires DEFY THE LAWS of PHYSICS (Where'd the hou...

domingo, 28 de maio de 2017

Só o mal-estar pode nos salvar

Antiautoajuda para 2015

Em defesa do mal-estar para nos salvar de uma vida morta e de um planeta hostil. Chega de viver no modo avião

Não tenho certeza se esse ano vai acabar. Tenho uma convicção crescente de que os anos não acabam mais. Não há mais aquela zona de transição e a troca de calendário, assim como de agendas, é só mais uma convenção que, se é que um dia teve sentido, reencena-se agora apenas como gesto esvaziado. Menos a celebração de uma vida que se repactua, individual e coletivamente, mais como farsa. E talvez, pelo menos no Brasil, poderíamos já afirmar que 2013 começou em junho e não em janeiro, junto com as manifestações, e continua até hoje. Mas esse é um tema para outra coluna, ainda por ser escrita. O que me interessa aqui é que nossos rituais de fim e começo giram cada vez mais em falso, e não apenas porque há muito foram apropriados pelo mercado. Há algo maior, menos fácil de perceber, mas nem por isso menos dolorosamente presente. Algo que pressentimos, mas temos dificuldade de nomear. Algo que nos assusta, ou pelo menos assusta a muitos. E, por nos assustar, em vez de nos despertar, anestesia. Talvez para uma época de anos que, de tão acelerados, não terminam mais, o mais indicado seja não resoluções de ano-novo nem manuais sobre ser feliz ou bem sucedido, mas antiautoajuda.
Quando as pessoas dizem que se sentem mal, que é cada vez mais difícil levantar da cama pela manhã, que passam o dia com raiva ou com vontade de chorar, que sofrem com ansiedade e que à noite têm dificuldade para dormir, não me parece que essas pessoas estão doentes ou expressam qualquer tipo de anomalia. Ao contrário. Neste mundo, sentir-se mal pode ser um sinal claro de excelente saúde mental. Quem está feliz e saltitante como um carneiro de desenho animado é que talvez tenha sérios problemas. É com estes que deveria soar uma sirene e por estes que os psiquiatras maníacos por medicação deveriam se mobilizar, disparando não pílulas, mas joelhaços como os do Analista de Bagé, do tipo “acorda e se liga”. É preciso se desconectar totalmente da realidade para não ser afetado por esse mundo que ajudamos a criar e que nos violenta. Não acho que os felizes e saltitantes sejam mais reais do que o Papai Noel e todas as suas renas, mas, se existissem, seriam estes os alienados mentais do nosso tempo.
Olho ao redor e não todos, mas quase, usam algum tipo de medicamento psíquico. Para dormir, para acordar, para ficar menos ansioso, para chorar menos, para conseguir trabalhar, para ser “produtivo”. “Para dar conta” é uma expressão usual. Mas será que temos de dar conta do que não é possível dar conta? Será que somos obrigados a nos submeter a uma vida que vaza e a uma lógica que nos coisifica porque nos deixamos coisificar? Será que não dar conta é justamente o que precisa ser escutado, é nossa porção ainda viva gritando que algo está muito errado no nosso cotidiano de zumbi? E que é preciso romper e não se adequar a um tempo cada vez mais acelerado e a uma vida não humana, pela qual nos arrastamos com nossos olhos mortos, consumindo pílulas de regulação do humor e engolindo diagnósticos de patologias cada vez mais mirabolantes? E consumindo e engolindo produtos e imagens, produtos e imagens, produtos e imagens?
Neste mundo, sentir-se mal é sinônimo de excelente saúde mental
A resposta não está dada. Se estivesse, não seria uma resposta, mas um dogma. Mas, se a resposta é uma construção de cada um, talvez nesse momento seja também uma construção coletiva, na medida em que parece ser um fenômeno de massa. Ou, para os que medem tudo pela inscrição na saúde, uma das marcas da nossa época, estaríamos diante de uma pandemia de mal-estar. Quero aqui defender o mal-estar. Não como se ele fosse um vírus, um alienígena, um algo que não deveria estar ali, e portanto tornar-se-ia imperativo silenciá-lo. Defendo o mal-estar – o seu, o meu, o nosso – como aquilo que desde as cavernas nos mantém vivos e fez do homo sapiens uma espécie altamente adaptada – ainda que destrutiva e, nos últimos séculos, também autodestrutiva. É o mal-estar que nos diz que algo está errado e é preciso se mover. Não como um gesto fácil, um preceito de autoajuda, mas como uma troca de posição, o que custa, demora e exige os nossos melhores esforços. Exige que, pela manhã, a gente não apenas acorde, mas desperte.
Anos atrás eu escreveria, como escrevi algumas vezes, que o mal-estar desta época, que me parece diferente do mal-estar de outras épocas históricas, se dá por várias razões relacionadas à modernidade e a suas criações concretas e simbólicas. Se dá inclusive por suas ilusões de potência e fantasias de superação de limites. Mas em especial pela nossa redução de pessoas a consumidores, pela subjugação de nossos corpos – e almas – ao mercado e pela danação de viver num tempo acelerado.
Sobre essa particularidade, a psicanalista Maria Rita Kehl escreveu um livro muito interessante, chamado O Tempo e o Cão (Boitempo), em que reflete de forma original sobre o que as depressões expressam sobre o nosso mundo também como sintoma social. Logo no início, ela conta a experiência pessoal de atropelar um cachorro na estrada – e a experiência aqui não é uma escolha aleatória de palavra. Kehl viu o cachorro, mas a velocidade em que estava a impedia de parar ou desviar completamente dele. Conseguiu apenas não matá-lo. Logo, o animal, cambaleando rumo ao acostamento, ficou para trás no espelho retrovisor. É isso o que acontece com as nossas experiências na velocidade ditada por essa época em que o tempo foi rebaixado a dinheiro – uma brutalidade que permitimos, reproduzimos e com a qual compactuamos sem perceber o quanto de morte há nessa conversão.
Defendo o mal-estar como aquilo que nos mantém vivos desde as cavernas
Sobre a aceleração, diz a psicanalista: “Mal nos damos conta dela, a banal velocidade da vida, até que algum mau encontro venha revelar a sua face mortífera. Mortífera não apenas contra a vida do corpo, em casos extremos, mas também contra a delicadeza inegociável da vida psíquica. (...) Seu esquecimento (do cão) se somaria ao apagamento de milhares de outras percepções instantâneas às quais nos limitamos a reagir rapidamente para em seguida, com igual rapidez, esquecê-las. (...) Do mau encontro, que poderia ter acabado com a vida daquele cão, resultou uma ligeira mancha escura no meu para-choque. (...) O acidente da estrada me fez refletir a respeito da relação entre as depressões e a experiência do tempo, que na contemporaneidade praticamente se resume à experiência da velocidade”. O que acontece com as manchas escuras, com o sangue deixado para trás, dentro e fora de nós? Não são elas que nos assombram nas noites em que ofegamos antes de engolir um comprimido? Como viver humanamente num tempo não humano? E como aceitamos ser submetidos à bestialidade de uma vida não viva?
Hoje me parece que algo novo se impõe, intimamente relacionado a tudo isso, mas que empresta uma concretude esmagadora e um sentido de urgência exponencial a todas as questões da existência. E, apenas nesse sentido, algo fascinante. A mudança climática, um fato ainda muito mais explícito na mente de cientistas e ambientalistas do que da sociedade em geral é esse algo. A evidência de que aquele que possivelmente seja o maior desafio de toda a história humana ainda não tenha se tornado a preocupação maior do que se chama de “cidadão comum” é não uma mostra de sua insignificância na vida cotidiana, mas uma prova de sua enormidade na vida cotidiana. É tão grande que nos tornamos cegos e surdos.
Como nos submetemos a viver num tempo acelerado e não humano?
Em uma entrevista recente, aqui publicada como “Diálogos sobre o fim do mundo”, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro evoca o pensador alemão Günther Anders (1902-1992) para explicar essa alienação. Anders afirmava que a arma nuclear era uma prova de que algo tinha acontecido com a humanidade no momento em que se mostrou incapaz de imaginar os efeitos daquilo que se tornou capaz de fazer. Reproduzo aqui esse trecho da entrevista: “É uma situação antiutópica. O que é um utopista? Um utopista é uma pessoa que consegue imaginar um mundo melhor, mas não consegue fazer, não conhece os meios nem sabe como. E nós estamos virando o contrário. Nós somos capazes tecnicamente de fazer coisas que não somos nem capazes de imaginar. A gente sabe fazer a bomba atômica, mas não sabe pensar a bomba atômica. O Günther Anders usa uma imagem interessante, a de que existe essa ideia em biologia da percepção de fenômenos subliminares, abaixo da linha de percepção. Tem aquela coisa que é tão baixinha, que você ouve mas não sabe que ouviu; você vê, mas não sabe que viu; como pequenas distinções de cores. São fenômenos literalmente subliminares, abaixo do limite da sua percepção. Nós, segundo ele, estamos criando uma outra coisa agora que não existia, o supraliminar. Ou seja, é tão grande, que você não consegue ver nem imaginar. A crise climática é uma dessas coisas. Como é que você vai imaginar um troço que depende de milhares de parâmetros, que é um transatlântico que está andando e tem uma massa inercial gigantesca? As pessoas ficam paralisadas, dá uma espécie de paralisia cognitiva”.
O fato de se alienar – ou, como fazem alguns, chamar aqueles que apontam para o óbvio de “ecochatos”, a piada ruim e agora também velha – nem impede a corrosão acelerada do planeta nem a corrosão acelerada da vida cotidiana e interna de cada um. O que quero dizer é que, como todos os nossos gritos existenciais, o fato de negá-los não impede que façam estragos dentro de nós. Acredito que o mal-estar atual – talvez um novo mal-estar da civilização – é hoje visceralmente ligado ao que acontece com o planeta. E que nenhuma investigação da alma humana desse momento histórico, em qualquer campo do conhecimento, possa prescindir de analisar o impacto da mudança climática em curso.
De certo modo, na acepção popular do termo “clima”, referindo-se ao estado de espírito de um grupo ou pessoa, há também uma “mudança climática”. Mesmo que a maioria não consiga nomear o mal-estar, desconfio que a fera sem nome abra seus olhos dentro de nós nas noites escuras, como o restante dos pesadelos que só temos quando acordados. Há esse bicho que ainda nos habita que pressente, mesmo que tenha medo de sentir no nível mais consciente e siga empurrando o que o apavora para dentro, num esforço quase comovente por ignorância e anestesia. E a maior prova, de novo, é a enormidade da negação, inclusive pelo doping por drogas compradas em farmácias e “autorizadas” pelo médico, a grande autoridade desse curioso momento em que o que é doença está invertido.
O novo mal-estar da civilização está hoje ligado à mudança climática
São Paulo é, no Brasil, a vitrine mais impressionante dessa monumental alienação. A maior cidade do país vem se tornando há anos, décadas, um cenário de distopia em que as pessoas evoluem lentamente entre carros e poluição, encurraladas e cada vez mais violentas nos mínimos atos do dia a dia. No último ano, a seca e a crise da água acentuaram e aceleraram a corrosão da vida, mas nem por isso a mudança climática e todas as questões socioambientais relacionadas a ela tiveram qualquer impacto ou a mínima relevância na eleição estadual e principalmente na eleição presidencial. Nada. A maioria, incluindo os governantes, sequer parece perceber que a catástrofe paulista, que atinge a capital e várias cidades do interior, é ligada também à devastação da Amazônia. O tal “mundo como o conhecemos” ruindo e os zumbis evolucionando por ruas incompatíveis com a vida sem qualquer espanto. Nem por isso, ouso acreditar, deixam sequer por um momento de ser roídos por dentro pela exterioridade de sua condição. A vida ainda resiste dentro de nós, mesmo na Zumbilândia. E é o mal-estar que acusa o que resta de humano em nossos corpos.
É de um cientista, Antonio Nobre, um texto fundamental. Ler “O futuro climático da Amazônia” não é uma opção. Faça um favor a si mesmo e reserve uma hora ou duas do seu dia, o tempo de um filme, entre na internet e leia as 40 páginas escritas numa linguagem acessível, que faz pontes com vários campos do conhecimento. Há trechos de grande beleza sobre a maior floresta tropical do planeta, território concreto e simbólico sobre o qual o senso comum, no Brasil alimentado pela propaganda da ditadura civil-militar, construiu uma ideia de exploração e de nacionalismos que só vigora até hoje por total desconhecimento. É também por ignorância nossa que o atual governo, reeleito para mais um mandato, comanda na Amazônia seu projeto megalômano de grandes hidrelétricas com escassa resistência. E causa, agora, neste momento, um desastre ambiental de proporções não mensuradas em vários rios amazônicos e o etnocídio dos povos indígenas da bacia do Xingu.
A Amazônia sobreviveu por 50 milhões de anos a meteoros e glaciações, mas em menos de 50 anos está ameaçada por ação humana
Antonio Nobre mostra como uma floresta com um papel – insubstituível – na regulação do clima do Brasil e do planeta teve, nos últimos 40 anos, 762.979 quilômetros quadrados desmatados: o equivalente a três estados de São Paulo ou duas Alemanhas. Ou o equivalente a mais de 12 mil campos de futebol desmatados por dia, mais de 500 por hora, quase nove por minuto. Somando-se a área de desmatamento corte raso com a área degradada, alcançamos a estimativa aterradora de que, até 2013, 47% da floresta amazônica pode ter sido impactada diretamente por atividade humana desestabilizadora do clima. “A floresta sobreviveu por mais de 50 milhões de anos a vulcanismos, glaciações, meteoros, deriva do continente”, escreve Nobre. “Mas em menos de 50 anos está ameaçada pela ação de humanos.” A Amazônia dá forma ao momento da História em que a humanidade deixa de temer a catástrofe para se tornar a catástrofe.
Como é possível que isso aconteça bem aqui, agora, e tão poucos se importem? Se não despertarmos do nosso torpor assustado, nossos filhos e netos poderão viver e morrer não com a Amazônia transformada em savana, mas sim em deserto, com gigantesco impacto sobre o clima do planeta e a vida de todas as espécies. Para se ter uma ideia da magnitude do que estamos fazendo, por ação ou por omissão, por alienação, anestesia ou automatismo, alguns dados. Uma árvore grande transpira mais de mil litros de água por dia. A cada 24 horas a floresta amazônica lança na atmosfera, pela transpiração, 20 bilhões de toneladas de água – ou 20 trilhões de litros de água. Para se ter uma ideia comparativa, o rio Amazonas lança menos que isso – cerca de 17 bilhões de toneladas de água por dia– no oceano Atlântico. Não é preciso ser um cientista para imaginar o que acontecerá com o planeta sem a floresta.
Nobre defende que já não basta zerar o desmatamento. Alcançamos um nível de destruição em que é preciso regenerar a Amazônia. A floresta não é o “pulmão do mundo”, ela é muito mais do que isso: é o seu coração. Não como uma frase ultrapassada e clichê, mas como um fato científico. É o mundo e não só o Brasil que precisa se engajar nessa luta: o cientista defende que, se não quisermos alcançar o ponto de não retorno, deveríamos empreender – já, agora – um esforço de guerra: começando por uma guerra contra a ignorância. Fazer uma campanha tão forte e eficaz como aquela contra o tabaco. Isso, claro, se quisermos continuar a viver.
Se não quisermos alcançar um ponto de não retorno, é preciso deixar de viver no modo avião
Nessa época de tanta conexão, em que a maioria passa quase todo o tempo de vigília conectado na internet, há essa desconexão mortífera com a realidade do planeta – e de si. Como cidadão, a maioria no máximo recicla o seu lixo, achando que está fazendo um enorme esforço, mas não se informa nem participa dos debates e das decisões sobre as questões do clima, da Amazônia e do meio ambiente. Neste e em vários sentidos, é como existir no “modo avião” do celular. Um estar pela metade, o suficiente apenas para cumprir o mínimo e não se desligar por completo. Um contato sem contato, um toque que não toca nem se deixa tocar. Um viver sem vida.
É preciso sentir o mal-estar. Sentir mesmo – e não silenciá-lo das mais variadas maneiras, inclusive com medicação. Ou, como diz a pensadora americana Donna Haraway: “É preciso viver com terror e alegria”.
Só o mal-estar pode nos salvar.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos e do romance Uma Duas. Site: elianebrum.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter: @brumelianebrum

domingo, 14 de maio de 2017

NIÓBIO roubado transformaria o BRASIL em PRIMEIRO MUNDO em MESES

NIÓBIO

Monopólio brasileiro do nióbio gera cobiça mundial,e controvérsia...

Monopólio brasileiro do nióbio gera cobiça mundial,e controvérsia...

Coronel previu que base de Alcântara sofreria sabotagem dos EUA

Os EUA sabotaram o programa espacial brasileiro ?



A EXPLOSÃO DO 3º VLS BRASILEIRO MATOU 21 TÉCNICOS E ENGENHEIROS ALTAMENTE ESPECIALIZADOS, (INCLUINDO UM SANTISTA, MÁRIO LEVI), GENTE QUE NÃO EXISTE AOS MONTES NEM AQUI NEM NENHUM LUGAR DO MUNDO.
ESTIMA-SE QUE SERÃO NECESSÁRIOS DEZ ANOS PARA FORMAR UMA NOVA GERAÇÃO DE CÉREBROS TÃO CAPACITADOS.
Diz Cristina Levi, irmã de Mário Levi, que seu irmão profetizava que esse projeto não iria dar certo pois todo o material empregado era sucateado do Estado Unidos e vendido aqui para nossos militares.
Seu irmão, engenheiro fazia parte desses 21 profissionais mortos na tragédia de Alcântara.
De fato seria desnecessária qualquer intervenção direta para que houvesse a tragédia.

domingo, 7 de maio de 2017

FILME LANÇAMENTO 2017 Quatro Vidas de um Cachorro COMÉDIA DUBLADO

O desmonte da FUNAI e a demarcação de terras indígenas por Eliane Brum


A Funai é desmontada para acelerar o processo de desproteger as terras indígenas já protegidas e jamais proteger as que ainda precisam ser protegidas

Seu chefe, o ruralista e ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB), nomeado pelo governo-9%-de-aprovação-Temer, havia dito dias antes que era preciso parar com essa discussão sobre demarcação de terras indígenas porque “terra não enche barriga de ninguém”. Para acelerar o processo de desproteger as terras indígenas já protegidas e jamais proteger as que ainda precisam ser protegidas, o ministro-da-justiça-para-mim-e-meus-amigos-ruralistas extinguiu 347 cargos comissionados da Funai, que naquele momento mal conseguia trabalhar por falta de pessoal. E, por mais críticas que se possa fazer à atuação da Funai em diferentes fases, a violência contra os indígenas se multiplica onde ela não está. Sem a Funai, é ainda mais fácil avançar sobre as ricas terras indígenas e arrebentar com a cultura dos mais de 250 povos originários, assim como com a floresta e outros ecossistemas, já que são os indígenas os principais protetores do meio ambiente.

Com Antônio Costa ou sem ele, o desmonte da Funai segue em velocidade acelerada

Com Antônio Costa ou sem ele, o progresso segue velocíssimo na Funai. Segundo o repórter André Borges, doEstadão, o ministro-da-justiça-para-mim-e-meus-amigos-ruralistas enviou para a Casa Civil a indicação da servidora Azelene Inácio para o cargo de diretora de proteção territorial da Funai, área responsável pela demarcação de terras indígenas. Azelene foi apontada pelo Ministério Público Federal em Santos, no estado de São Paulo, em 2008, por atuação em favor do empresário Eike Batista para liberar a construção do complexo portuário que afetava diretamente uma terra indígena.
Segundo a reportagem, naquele momento ela era coordenadora-geral de direitos indígenas na Funai, mas teria dito aos indígenas que não deveriam confiar na Funai porque a demarcação das terras não aconteceria. E, portanto, deveriam aceitar a proposta da empresa para não serem simplesmente despejados sem direito algum. Por coincidência poética, na sexta-feira da Greve Geral (28/4), Eike Batista foi liberado da prisão pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Os índios complicam o pensamento binário porque colocam o cocar onde não deviam

Os índios sempre complicam tudo, é preciso dizer. São incômodos porque metem seu cocar onde não deveriam. Interditam não só estradas e canteiros de obras de hidrelétricas, mas também qualquer binarismo. E impedem muitos brancos de apagar o passado recente. Foi o que aconteceu na semana passada com a senadora acusada pela Lava Jato Gleisi Hoffmann (PT). Ela entrou no plenário do Senado de cocar na cabeça. A causa era legítima: os indígenas tentaram colocar 200 caixões de papel preto no espelho d’água do Congresso, representando os mortos em conflitos de terra, mas foram reprimidos com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray pimenta pela Polícia Militar. Eram cenas do tempo da ditadura reeditando-se hoje, mas certa imprensa que tem problemas com o conceito não de pós-verdade, mas de verdade mesmo, chamou de “confronto”. É um exercício interessante imaginar como cobririam o “confronto” ocorrido em 1500.
O problema do cocar de Gleisi, usado por ela para denunciar os abusos cometidos contra os indígenas e o desmantelamento da Funai, é que ela foi justamente uma das mais ativas protagonistas do desmonte que agora denuncia quando era chefe da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff. É dela, então sem cocar, a seguinte pérola do cinismo nacional, referindo-se à demarcação das terras indígenas: “O governo não pode e não vai concordar com minorias com projetos ideológicos irreais”.

O que apontam as flechas dos indígenas?
As flechas dos indígenas apontam que no Brasil o passado não passa e o futuro já passou.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos, e do romance Uma Duas. Site: desacontecimentos.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter: @brumelianebrum/ Facebook: @brumelianebrum