Praticantes do Falun Gong são agredidos por chineses em Brasília
Agentes chineses agridem cidadãos brasileiros e ultrajam soberania nacional
Imagine você, como anfitrião, com toda a
hospitalidade e simpatia de um brasileiro, convidando uma pessoa para
ser visita em sua casa, e imagine esse visitante chutando sua porta,
quebrando suas paredes… e no final do dia, o expulsar de sua residência.
Parece uma cena inimaginável, mas foi precisamente o que ocorreu na
tarde desta quinta-feira (17), quando seguranças chineses à paisana
cercaram e agrediram brasileiros com socos e pontapés na rampa de acesso
do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
Os chineses, que possivelmente são agentes do Partido
Comunista Chinês, atacaram os manifestantes devido às positivas
repercussões das manifestações pacíficas dos praticantes do Falun Gong,
que pedem o fim da perseguição à prática na China, incluindo o fim da extração forçada de órgãos, que é sancionada pelos regime chinês.
Durante a visita do líder chinês Xi Jinping ao Brasil, devido à conferência do BRICS,
os seguranças chineses lançaram mão de diversos métodos de intimidação e
opressão para impedir a manifestação pacífica dos praticantes:
persuasão de policiais, intimidação verbal e física, uso de mecanismos
para obstruir a visibilidade das manifestações, obstrução de seus
movimentos e de suas meditações pacíficas, incitação dos policiais
locais contra os praticantes, etc.
Frustrados com seu insucesso, os seguranças chineses
adotaram posturas cada vez mais agressivas, indo desde insultos e
provocações, passando à tentativa de sequestro de bens pessoais dos
praticantes, e finalmente recorrendo ao confronto e ao uso da violência
física, culminando na covarde agressão aos praticantes no incidente do
Panteão.
Esse foi um ato premeditado e despótico, quando
seguranças chineses encurralaram os praticantes, numa tentativa de
dissuasão para que cessassem suas manifestações junto às
autoridades chinesas – uma clara violação de seus direitos legítimos
como cidadãos brasileiros.
Os praticantes, foram prestar queixa contra os
agressores na 5ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal e
esclareceram o incidente.
Uma das vítimas, Ruth Eli Tavares – praticante do
Falun Gong há 11 anos – comenta o episódio: “Eu me senti invadida. Acho
que foi um ultraje termos sido oprimidos por estrangeiros em nosso
próprio país. Essa mentalidade autoritária que experimentamos hoje
reflete a forma como o governo chinês vem tratando os praticantes do
Falun Gong na China.”
“Não pareciam turistas normais, mas pessoas treinadas
para restringir nosso deslocamento, para nos bloquear; de forma
truculenta, arrancaram nossos materiais e os lançaram a outros chineses
em pontos estratégicos, os quais fugiam rapidamente. Parecia tudo
planejado”, relatou Alessandro, de 27 anos, que foi brutalmente agredido
por cinco chineses simultaneamente.
Já a praticante do Falun Gong chinesa Rao E, de 51
anos, residente há 14 anos no Brasil, estava chocada com a ação brutal e
imoral dos agressores: “Eu vi os maldosos chineses, em grupo, dando
socos e cotoveladas em vários praticantes, inclusive em mulheres, sem o
menor escrúpulo. Além de tomarem as faixas dos praticantes, arrancaram a
sacola da minha mão com tanta violência que feriram meus dedos. Assim
como as faixas, eles estavam atrás do nosso material que denuncia a
perseguição ao Falun Gong na China.”
Referindo-se ao ocorrido, a praticante do Falun Gong e
psicóloga Beatriz Saliés, 41, disse: “Dos cerca de 20 homens que nos
atacaram, haviam alguns que reconhecemos como parte do grupo que vinha
nos intimidando desde o dia anterior. Diante do ocorrido, compreendi que
precisava fazer algo mais do que uma manifestação pacífica: pretendo
entrar com um processo contra o governo chinês pela violação dos
direitos humanos, para que saibam que no Brasil, ao contrário do que
ocorre na China, não sairão impune ao perseguir pessoas que valorizam os
princípios de verdade, compaixão e tolerância.”
Depois das agressões e do roubo dos materiais desses
brasileiros praticantes do Falun Gong, um dos chineses foi detido em
flagrante na Praça dos Três Poderes, após tentar fugir com uma das
faixas roubadas. A polícia foi mobilizada, quatro dos agressores foram
identificados e levados à 5ª Delegacia de polícia do Distrito Federal.
Um arriscado aperto de mãos
Menos de duas horas após o líder chinês Xi Jinping
deixar o Palácio do Planalto, a visita “diplomática” dos chineses
revelou sua face verdadeira: suas ações impositivas buscam ditar regras
num pais alheio, refletindo a imagem real de um regime repressivo e
violento que tem sido o governo do Partido Comunista Chinês (PCC) na
China.
O que ocorreu neste dia não foi uma “simples”
agressão física de um grupo de homens contra pessoas pacíficas. Foi mais
do que isso: foi uma afronta à soberania da nação brasileira, cujos
habitantes foram tratados com total desrespeito e barbárie. Justamente
no dia em que os presidentes do Brasil e da China celebravam os 40 anos
da parceria econômica entre os dois países, a mão que selava a
cooperação também revelava a natureza tirânica do regime chinês.
Porém, diferentemente da atitude agressiva
demonstrada pelos seguranças chineses, as manifestações dos praticantes
do Falun Gong, devido a seu caráter pacífico e harmonioso, tiveram a
simpatia não só dos transeuntes, mas também de policiais locais, sendo
que ambos manifestaram repúdio à atitude dos agentes chineses.
Veja acima vídeo gravado por um praticante de Falun Gong mostrando a violação aos direitos civis dos cidadãos brasileiros:
Veja o vídeo publicado pelo G1 Brasília
Alberto Fiaschitello é cientista social, formado pela USP, e terapeuta naturalista
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